sábado, 19 de noviembre de 2011

“Leituras da arte japonesa: espaço, figuras e mediação”

Ciclo de palestras de três professores pesquisadores da arte japonesa no MASP:



  • Morihiro Satow da Universidade Kyoto Seika do Japão,


  • Madalena Hashimoto Cordaro da Universidade de São Paulo e


  • Michiko Okano da Universidade Federal de São Paulo.

    Morihiro Satow apresenta um diálogo entre Japão e Ocidente na Era Moderna Japonesa, enfocando a mudança ocorrida no sentido de “espaço”, a recepção da perspectiva linear no Japão e suas influências na cultura visual ocidental. Madalena Cordaro faz um recorte na representação da figura humana na pintura e mostra o seccionamento de procedimentos técnicos aliados a temas dominantes e discute a pertinência dos termos como pintura-japonesa (yamato-e), pintura chinesa (kara-e), pintura ocidental (yoga). Michiko Okano fala a respeito de uma peculiaridade japonesa denominada Ma, uma mediação espacio-temporal que perfaz um modo distinto de ver e pensar o mundo e o exemplifica por meio da arquitetura tradicional e contemporânea japonesa..

    Data: dia 20 de novembro (domingo)das 10:30h às 13:00
    Local: pequeno auditório do MASP (Museu de Arte de São Paulo) – Av. Paulista, 1578. Tel. 3251 5644

    Título das palestras
Morihiro Satow
“Perspectiva vernacularizada e o sentido de “Espaço” no Imaginário Visual no início da Era Moderna Japonesa”
(com interpretação consecutiva)

Madalena Hashimoto Cordaro
“A representação da figura (humana) nas artes visuais do Japão”


Michiko Okano
“A mediação Ma: espaço-tempo japonês


MORIHIRO SATOW

“Perspectiva vernacularizada e o sentido de “Espaço” no Imaginário Visual no início da Era Moderna Japonesa”


Pode-se dizer que, grosso modo, nas representações visuais japonesas pré-modernas não existia nenhum senso de “espaço” – isto é, do espaço racional, cartesiano, do contexto ocidental pós-renascentista. Os modos japoneses de traduzir o mundo tridimensional para uma superfície bidimensional podem ser mais bem compreendidos como um reconhecimento isométrico ou cartográfico do mundo. Mesmo assim, quando a perspectiva linear ocidental foi introduzida em meados do século XVIII, a técnica prevaleceu de imediato, especialmente no imaginário popular, como um novo artifício visual. A perspectiva foi logo vernacularizada e produziu um senso único de “espaço” nas representações visuais japonesas. Nesta palestra, gostaria de dar uma visão geral da recepção da perspectiva linear no Japão pré-moderno e das influências geradas por ela, por sua vez, na cultura visual ocidental.
-MADALENA HASHIMOTO CORDARO
“A representação da figura (humana) nas artes visuais do Japão”
-MICHIKO OKANO
“A mediação Ma: espaço-tempo japonês”


O Japão possui uma peculiaridade que o diferencia do Ocidente, um pensamento que articula conjuntamente o espaço e o tempo sem dualizá-los; uma compreensão do vazio não como nada, mas como potência, um vir-a-ser; uma fronteira que ata em vez de dividir e separar. É a mediação Ma que formata um modo de ver, sentir e vivenciar o mundo de uma maneira distinta que as visões ocidentais. Pretende-se apresentar o elemento Ma por meio de exemplos da arquitetura tradicional (residências, templos e santuários) e da contemporânea (Tadao Ando e SANAA).

Fuente: Do Cultural - Jojospe