jueves, 6 de junio de 2013

Exposição Isamu Noguchi

05 JUN


Isamu Noguchi com uma maquete do Skyviewing Sculpture. Foto de Michio Noguchi (1969)
Isamu Noguchi foi um artista profícuo, transitando por várias linguagens e suportes com a leveza de um bailarino e o peso de um escultor. Aliás, como escultor é considerado um dos maiores do século 20, mas suas atuações em paisagismo, design de mobiliário (sua luminária esférica de papel washi com armação de bambu é conhecida no mundo todo) e de interiores, cerâmica e arquitetura o transformaram em um artista versátil, de reconhecida importância para a consolidação da arte moderna.

Isamu-Noguchi A Semente 1946 construído em 1979 peça em alumínio

Nascido em Los Angeles, em 1904, de mãe americana e pai japonês, esta duplicidade de identidade sempre o incomodou mas também sempre o inspirou. Sua mãe era uma escritora e professora, Leoni Gilmour. Seu pai, Noguchi Yonejiro, era um poeta e professor da Universidade Keio. Na verdade, Isamu nasceu sem a presença do pai, que à época, já havia regressado ao Japão. Após o nascimento de Isamu, Yonejiro tentou por vários meses, chama-los para o Japão, mas quando em 1907, Leoni decide ir para o Japão com Isamu no colo, Yonejiro já havia se casado com uma moça chamada Takeda Matsuko.

Isamu Noguchi Montanha de Nuvem, 1982-1983 peça em aço galvanizado.

Apesar dessa situação, Leoni se manteve no Japão, como professora de inglês. Chegou a dar aulas particulares ao filho de Lafcadio Hearn, jornalista e escritor americano de ascendência grega, que havia se naturalizado japonês e adotado o nome Koizumi Yakumo. Também prestava serviços como editora de Yonejiro para a língua inglesa.



Escultura para ser vista de Marte, Isamu Noguchi, 1947, peça destruida, originalmente em areia.

Isamu frequenta escolas japonesas em Tokyo e Yokohama, até os 14 anos, quando Leoni o envia de volta para os Estados Unidos para completar seus estudos. Leoni tinha convicção no talento artístico de Isamu, e o encoraja a se matricular num curso de escultura, à noite. Durante o dia, ele frequentava o curso de Medicina na Columbia University. Logo seu talento é reconhecido, passando a aceitar pequenas encomendas.

Seu salto em direção ao aprendizado da arte se deu com uma Bolsa Guggenheim, com a qual foi a Paris, estudar com o discípulo de Auguste Rodin, Constantin Brancusi.







Isamu Noguchi no Palácio de Versalles. Álbum de família.

Durante a Segunda Guerra é conduzido ao campo de concentração no Arizona, por ser descendente de japoneses, e só saiu de lá com uma carta de recomendação assinado pelo arquiteto e amigo Frank Lloyd Wright.

Em 1950 retorna ao Japão, seu segundo país. Lá realiza exposições e amplia sua rede de amizades, que inclui arquitetos como Kenzo Tange e Yoshiro Taniguchi, além de Antonin Raymond, que foi discípulo de Frank Lloyd Wright e acabou permanecendo no Japão, após a construção do Hotel Imperial, obra máxima de seu mestre em solo japonês.

“Em busca por uma redefinição da escultura, a obra de Isamu Noguchi percorreu caminhos entre a confecção de objetos, desenho industrial, planejamento urbano, cenografia para teatro e dança, esculturas públicas e Land art”, explicam os curadores da exposição que o Instituto Tomie Ohtake traz ao Brasil, Matt Kirsch e Dakin Hart.

Organizada pelo Noguchi Museum, localizado em Long Island, Nova York, no antigo ateliê do artista, e de onde todas as 44 obras são provenientes, a exposição faz uma introdução das várias facetas de um criador que nunca pertenceu a um movimento em particular, mas soube introduzir e antecipar pautas contemporâneas a conceitos modernistas em sua vigorosa produção. Além de suas famosas luminárias em papel que se espalharam pelo mundo, Noguchi ficou conhecido também pelo mobiliário, ao desenhar móveis escultóricos. A mostra reúne desenhos, peças de design e esculturas em vários materiais como, cerâmica, mármore, madeira, granito, bronze etc.

Noguchi tem uma produção extensa em escultura, com peças brutas retiradas da natureza, ou em outros materiais com sofisticadas formas, próximas a Brancusi, com quem trabalhou. Expandiu sua atividade para o campo do paisagismo, no qual suas peças se tornaram monumentos referenciais para os espaços. “Diversas amizades e colaborações – relacionadas especialmente ao visionário Buckminster Fuller, à coreógrafa Martha Graham, aonde a irmã de Isamu, foi dançarina, e a uma série de arquitetos e designers do pós-guerra, entre eles Louis Kahn – contribuíram para aprofundar seu pensamento sobre o papel desempenhado pela escultura
Exposições: Isamu Noguchi

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Abertura: 06 de junho às 20h (convidados)

Até 21 de julho de 2013

Terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) – Pinheiros São Paulo SP Fone: 11.2245-1900