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Posted: 27 Mar 2018 09:12 AM PDT
A escritora japonesa Eiko Kadono (角野栄子) recebeu, na última
segunda-feira, 26 de março,
o prêmio Hans Christian Andersen de 2018, uma espécie de Nobel da literatura infantil, durante a Feira de Livros Infantis de Bolonha, na Itália. Sua obra mais famosa provavelmente é “Majo no Takkyubin” (“Serviço de Entregas da Kiki”), de 1985, que foi adaptada para animação pelo diretor Hayao Miyazaki em 1989. A história é sobre a jovem bruxa Kiki, que sai de casa aos 13 anos para morar sozinha por um ano, como manda a tradição das bruxas, usando seus próprios talentos para sobreviver. Para isso, Kiki, como qualquer adolescente, enfrenta situações que a desafiam a conquistar confiança em si própria e a afirmar sua identidade.
Eiko Kadono, prêmio Hans Christian
Andersen de 2018 Cortesia da Foto: Universidade de Waseda
Kiki’s Delivery Service, adaptação para animação por Hayao Miyasaki. “Ruijinho
Shonen – burajiru o tazunete”,
conto baseado em suas vivências no Brasil
Um aspecto curioso da vida de
Eiko, mas que influenciou muito a sua carreira como escritora, é que
ela viveu no Brasil por dois anos. Pouco depois de se formar em Literatura Inglesa pela Universidade Waseda, em 1957, ela emigrou para o Brasil, em 1960. Estava, então, com 25 anos, e sempre tivera muita vontade de conhecer o mundo. Depois, viajou pela Europa, Estados Unidos e Canadá, e voltou ao Japão. Em uma entrevista a um portal de notícias da Waseda, concedida em 2015, Eiko contou que foi um antigo professor da faculdade que a incentivou a escrever sobre sua experiência no Brasil. E assim nasceu o seu primeiro romance, com o título “O Brasil e meu amigo Luizinho”. Desde então, escreveu cerca de 200 obras, muitas delas traduzidas para várias línguas. Infelizmente, no Brasil não há nenhum título seu publicado por editoras brasileiras.
Para Eiko, a imaginação é uma das
grandes características humanas, que ajuda a abrir
portas para a criatividade e para interagir de forma global. “Mesmo sem entender português quando me mudei para o Brasil”, conta ela nessa mesma entrevista, “ eu tentava usar as poucas palavras que sabia para me expressar, e conseguia me comunicar combinando algumas delas e ajustando a entonação da voz”.
Segundo os responsáveis pela
premiação desta semana, há um inefável charme e
compaixão no trabalho da escritora. “Embora Kadono tenha viajado muito pelo mundo, suas histórias estão profundamente enraizadas no Japão e nos mostram um Japão cheio de pessoas inesperadas.”
Além de Eiko, que recebeu o
reconhecimento como escritora, o prêmio Hans Christian Andersen
também foi dado ao artista russo Igor Oleynikov, por seu trabalho como ilustrador. Foto da ilustradora e escritora brasileira Lúcia Hiratsuka, que esteve presente na feira(Colaboração de Chiaki Karen Tada, especial para Jojoscope) |