miércoles, 13 de marzo de 2013

Os caminhos do universo da dança Butô

A Fundação Japão realiza o evento dedicado à dança “Percursos do Butô: legados e perspectivas”, com dois dias de apresentações gratuitas, 26 e 27 de março de 2013, sempre às 21h, no Teatro GEO, no complexo Ohtake Cultural, em Pinheiros, em São Paulo. Um workshop, destinado a dançarinos, também será ministrado no dia 28 de março.

Com quatro peças distintas no programa, a Fundação Japão, neste evento, visa pincelar um panorama do cenário atual do Butô, que foi conhecido pelo mundo como a dança das trevas (Ankoku Butoh) nos anos 60. Dois dias, quatro propostas. E os artistas que se apresentam são: o mexicano Diego Piñón que foi discípulo de Kazuo Ohno, o japonês Kota Yamazaki que conheceu o Butô com Akira Kasai, e os brasileiros Emilie Sugai e José Maria Carvalho, ambos fortemente influenciados pelo diretor coreógrafo Takao Kusuno (1945-2001), o precursor do Butô no Brasil. Foi Kusuno quem concretizou a primeira turnê do Kazuo Ohno no País, em 1986, e também deixou sua marca através da Cia Tamanduá de Dança Teatro, com obras como a lendária obra “O Olho do Tamanduá”, em que explorou o encontro da expressão da cultura brasileira com o universo Butô, e que contou com Emilie Sugai e José Maria Carvalho no elenco, entre outros.

Diego Piñón


Na peça “N’TANTUKU-ICHI – Buscando la huella amorosa/Looking for the trace of love” (2011), como um ritual contemporâneo de comunicação, com um título em língua mixteca, Diego Piñón expressa uma revolta sobre a ambivalência e a contradição da estrutura humana para sobreviver no contexto da masculinidade.

Seu estilo de dança é o resultado de mais de 35 anos de pesquisa em diferentes áreas: artística-terapêutica-artes cênicas, e partindo de uma investigação de suas raízes mexicanas, xamanísticas e de um treinamento mexicano energético, integrou a dança e o teatro até encontrar uma profunda conexão com o Butô de seus mestres, principalmente Kazuo Ohno, Yoshito Ohno, Natsu Nakajima, Min Tanaka, Mitsuyo Uesugi. Nomeia sua proposta singular de Butoh Ritual Mexicano, e desde 1994 tem se apresentado no México, Estados Unidos, Canadá, Europa e Japão, transmitindo um sentimento de transformação pessoal e integração coletiva através da abordagem do Ritual de Dança, como uma alternativa holística a serviço da expressão e punição humana. Piñón acredita que ao combinar diferentes realidades: mente, corpo, alma, como parte da manifestação do universo, a dança atingirá um novo nível de consciência, ultrapassando, assim, os padrões egocêntricos.

Diego Piñón.

“Um dos elementos fundamentais desta proposta está relacionado ao trabalho coletivo, o ter sempre uma testemunha-receptora de nossos atos e explorações de tal forma que possamos transcender as respostas aprendidas e as reações cotidianas: nossa personalidade, que nos protege e que por sua vez nos aprisiona”, afirma  Diego Piñón.